
Gabriel está enroscado em um relacionamento dos sonhos com Jaque (Fernanda Freitas, que dispensa comentários), e ela provavelmente gosta de Gabriel justamente por seu ar mais de garoto e sem muita seriedade, porém ele é homem e por consequência burro, façam as contas. Antes de iniciar seu envolvimento com Jaque, o que deve ter acontecido numa chuva de canivetes, Gabriel fora casado primeiro com a própria Luíza e eventualmente com Bel (Glória Pires, que é outra mulher linda) com a qual teve uma filha, Alice (Fernanda Vasconcelos, que vai te dar uma overdose de beleza). Bel entra como a mentora de Gabriel, que aqui é a contraparte de Luíza, protagonizando uma faceta masculina da busca pelo amor, mas Bel ao contrário de Dona Sônia é uma cartomante, ou seja, uma bela de uma malandra. Ela também é a mentora de Alice que sendo filha de Gabriel, faz contraparte com o filho de Luíza, e os dois nos mostram a busca pelo o amor enquanto jovem. Alice é uma mulher sensual, desinibida, envolvente e pra cima porém é absolutamente controladora e a sua segurança amorosa está em controlar as situações. Não sabendo que controlar um sentimento é algo impossível ela embarca em uma relação que foge mais e mais de seu controle até o ponto em que ela perde o controle completamente e se torna impotente diante do resultado. Já o filho de Luíza embarca na conhecida busca pelo amor virtualmente, mas ao contrário de Alice ele mesmo com seus treze anos possui uma maturidade e uma resolução enquanto homem que lhe permitem ter empatia com as situações, e com as mulheres nelas envolvidas. O marido de Luíza, Alex (Marcello Airoldi), e um homem que surge na vida dela, Guto (Eduardo Moscovis), junto a Gabriel, farão uma grande confusão na cabeça de Luíza sobre onde esse amor tão necessário está.
O roteiro é forte e fraco ao mesmo tempo. Forte porque por ser episódico ele não precisa carregar a dramaticidade cena a cena como um roteiro normal faz, nas cenas a carga já está pronta e não precisa ser justificada pela cena anterior. Se o personagem está com raiva ele está com raiva e ponto final, ao invés de estar com raiva porque na cena anterior algo aconteceu e ele/ela ficou com raiva. E o roteiro é fraco porque por essa mesma construção ele parece ser preguiçoso, parece pouco pensado e as cenas parecem fáceis demais, algumas vezes meio soltas. Para comédia é um formato ideal mas para a parte do drama ele meio que quebra as próprias pernas, jogando a responsa do drama para os atores.
Agora a parte que incomodou mais este crítico em particular foi justamente a parte do drama, e não por conta dos atores, porque todos eles seguram a onda muito bem. O problema no drama está na trilha sonora, não porque ela é ruim, ela é na verdade extremamente bem executada, mas porque ela é grandiosa demais, alta demais, forte demais, pontuada demais, e transforma uma coisa que deveria ser um drama em um dramalhão. A trilha remove completamente a imersão no filme, a imersão na emoção que o ator traz, e te joga numa emoção de Hollywood, numa emoção plástica, fácil, meio que jogando no lixo a emoção que o ator veio construindo gesto por gesto e fala por fala. Talvez isso se dê pelo justo fato que não existe uma curva dramática no filme, ou seja, não existe uma trajetória emocional para o personagem, em cada cena o personagem já está, não veio. Assim o espectador cai de paraquedas naquela emoção, naquele momento do personagem, e a trilha viria pra “ajudar” a pontuar a intensidade da cena. Infelizmente a trilha falha nesse aspecto.
Visualmente o filme é muito bom, inclusive no quesito nudez feminina e sexo a coisa já está num padrão HBO, faltou só a criminalidade, o sangue jorrando e tiroteios mesmo. A nudez feminina no filme está bastante limpa de moralidade, essa que fica no máximo muito implícita na personagem de Alice que é uma mulher “livre”, sendo esse um possível eufemismo para o que alguns que assistam o filme chamem de “puta”. Isso claro não tem nada a ver já que a personagem Alice é nada mais que uma mulher que toma o controle da própria sexualidade, já que a própria personagem gira em torno de controle e da ilusão de controle. O filme possui uma visão muito madura dessa situação e por isso merece seu mérito.
Agora a parte que incomodou mais este crítico em particular foi justamente a parte do drama, e não por conta dos atores, porque todos eles seguram a onda muito bem. O problema no drama está na trilha sonora, não porque ela é ruim, ela é na verdade extremamente bem executada, mas porque ela é grandiosa demais, alta demais, forte demais, pontuada demais, e transforma uma coisa que deveria ser um drama em um dramalhão. A trilha remove completamente a imersão no filme, a imersão na emoção que o ator traz, e te joga numa emoção de Hollywood, numa emoção plástica, fácil, meio que jogando no lixo a emoção que o ator veio construindo gesto por gesto e fala por fala. Talvez isso se dê pelo justo fato que não existe uma curva dramática no filme, ou seja, não existe uma trajetória emocional para o personagem, em cada cena o personagem já está, não veio. Assim o espectador cai de paraquedas naquela emoção, naquele momento do personagem, e a trilha viria pra “ajudar” a pontuar a intensidade da cena. Infelizmente a trilha falha nesse aspecto.
Visualmente o filme é muito bom, inclusive no quesito nudez feminina e sexo a coisa já está num padrão HBO, faltou só a criminalidade, o sangue jorrando e tiroteios mesmo. A nudez feminina no filme está bastante limpa de moralidade, essa que fica no máximo muito implícita na personagem de Alice que é uma mulher “livre”, sendo esse um possível eufemismo para o que alguns que assistam o filme chamem de “puta”. Isso claro não tem nada a ver já que a personagem Alice é nada mais que uma mulher que toma o controle da própria sexualidade, já que a própria personagem gira em torno de controle e da ilusão de controle. O filme possui uma visão muito madura dessa situação e por isso merece seu mérito.
Um prato cheio para mulheres que gostam de filmes sobre o amor e para homens que gostam de filmes com mulheres irresistíveis. Recomendado.
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 10 de Setembro de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Pequeno Dicionário Amoroso 2 (2015)
Duração: 1h 30min.
Roteiro: Paulo Halm.
Produção: Sandra Werneck e Elisa Tolomelli.
Direção: Sandra Werneck e Mauro Farias.
Elenco: Andréa Beltrão, Daniel Dantas, Glória Pires, Miguel Arraes, Camilla Amado, Marcello Airoldi, Eduardo Moscovis e Fernanda Vasconcellos.
Duração: 1h 30min.
Roteiro: Paulo Halm.
Produção: Sandra Werneck e Elisa Tolomelli.
Direção: Sandra Werneck e Mauro Farias.
Elenco: Andréa Beltrão, Daniel Dantas, Glória Pires, Miguel Arraes, Camilla Amado, Marcello Airoldi, Eduardo Moscovis e Fernanda Vasconcellos.
SINOPSE
Quinze anos após se separarem, Luíza (Andréa Beltrão) e Gabriel (Daniel Dantas) se reencontram no cemitério, logo após o velório do padrasto dela. Luíza casou-se novamente, com Alex (Marcelo Airoldi), e com ele teve um filho, enquanto que Gabriel teve várias namoradas e hoje vive com Jaqueline (Fernanda Freitas), bem mais jovem do que ele. O reencontro faz com que Gabriel visite Luíza na galeria de arte que administra e, impulsionado pelo fato dela estar bem infeliz no casamento, eles logo iniciam um caso. Paralelamente, Alice (Fernanda Vasconcelos), a filha de Gabriel com Bel (Glória Pires), se mete em um complicado triângulo amoroso envolvendo um homem e outra mulher.
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