
"Não há assassinatos no paraíso".
Baseado no primeiro livro da trilogia escrita por Tom Rob Smith, a história se passa na época da União Soviética - passando pela Segunda Guerra Mundial, período de muitas mortes pela fome e mistérios escondidos pelo governo totalitário. Nesse meio termo, crianças estão sendo assassinadas misteriosamente por um serial killer e o agente Leo Demidov (Tom Hardy) investiga esses casos, porém o governo começa a desconfiar de suas ações e tentam silenciá-lo.
Crimes Ocultos (Child 44) daria um ótimo filme de suspense político com terror de serial killer, se não fosse pelo excesso de sub-tramas e a trama principal ser tão mal construída, e em alguns pontos da narrativa ser confusa. Isso se dá em seu primeiro ato que apresenta a história sem muita empolgação e nada que possa chamar a atenção do público em querer continuar assistindo até o final. O por quê? Por ser clichê nos três atos do roteiro, trazer um menino órfão que perde os pais numa época de fome e miséria no país, e logo se tornaria o herói de guerra no futuro. Esse seria um dos exemplos de como o roteiro não tem muita emoção e suspense ao construir uma tensão em volta dos personagens. Visualmente, entretanto, Crimes Ocultos traz uma fotografia excelente de tons escuros, com ar tenso e dramático; compondo com harmonia a trilha sonora para trazer um clima quase sombrio de uma época difícil na Rússia.
O roteiro traz a questão da política de um governo totalitário da época, onde os crimes são ocultados por baixo do tapete e como o regime tenta calar qualquer pessoa que insistir em querer saber a verdade. A frase "Não há assassinatos no paraíso"dita quase o tempo todo na película, mostra uma falsa ilusão de um país e mostra um regime de perfeição em governar seu povo, que infelizmente não existe. O governo controla a vida do seu povo e a liberdade é inexistente no país. Essa trama traz em conjunto um serial killer, de algum modo, poderia ter um certo "equilíbrio" nos dois conflitos: governo e assassinatos de crianças. Infelizmente, o roteiro acabou não construído tão bem e nem equilibrando as duas tramas, sem mencionar as sub-tramas dos protagonistas. No fim, a narrativa torna-se cansativa e confusa.
Os personagens também seguem o ritmo da má escrita do roteiro, deixando certos desfechos do passados e segredos no vácuo, e sem respostas no fim da película. Apesar que a caracterização dos atores/atrizes estarem ótimas, trazendo performances que agradam, e convencendo que são realmente russos. Posso destacar os atores Tom Hardy, Gary Oldman e Joel Kinnaman que trouxeram papéis convincentes e até os sotaques de cada um estão bem parecidos como uma pessoa russa (não só eles, todo o elenco demonstra bem os seus personagens).
Crimes Ocultos desperdiçou uma excelente trama de pós-guerra e um governo totalitário para trazer um terror de crimes ocultos para as telonas. Pode agradar uns ou não, mas não é dos melhores trabalhos dos atores Tom Hardy e Gary Oldman nos cinemas.
Texto Escrito por: Ana Marta
Revisão de Texto por: Jonathan Humberto
Apoio & Parceiro: Seja Cult
Lançamento: 21 de Maio de 2015
Revisão de Texto por: Jonathan Humberto
Apoio & Parceiro: Seja Cult
Lançamento: 21 de Maio de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Child (2015)
Duração: 2h 18min.
Roteiro: Richard Price.
Produção: Ridley Scott.
Direção: Daniel Espinosa.
Elenco: Tom Hardy, Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Paddy Considine, Jason Clarke, Vincent Cassel e Charles Dance.
Duração: 2h 18min.
Roteiro: Richard Price.
Produção: Ridley Scott.
Direção: Daniel Espinosa.
Elenco: Tom Hardy, Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Paddy Considine, Jason Clarke, Vincent Cassel e Charles Dance.
SINOPSE
Durante o governo stalinista na União Soviética, um oficial da segurança ouve falar de um país onde o número de assassinatos de crianças é muito alto, a ponto de se considerar a existência de um serial killer. O Estado não quer saber do caso, que pode ter conexões com altos funcionários do governo, e exila o oficial para que ele não possa prosseguir com a análise dos fatos. No entanto, este homem obstinado decide chamar a sua esposa para investigarem o caso por conta própria.