
O filme abre e se apresenta como todo filme clichê que fala de Wall Street, com um monólogo de alguém, um homem, metidão, todo galã, aquela coisa, dando uma de que entende como o negócio funciona e tudo isso enquanto imagens da cidade vão passando.
Ele zomba as imagens que aparecem e nos inclui em seu clubinho particular,“você e eu etc”,“eles não entendem nada”, imediatamente nos sentimos confortáveis diante daquela voz e as mulheres ficam tristes de a tal voz não estar sem camisa. Sim, estamos falando da voz de Ryan Gosling. O filme felizmente tem pouco de exposição preguiçosa cheia de diálogo e imagens aleatórias e tem muito trabalho de ator.
A trama gira em torno da crise imobiliária de 2008 que ocorreu nos Estados Unidos e que quebrou Wall Street, em particular fala sobre os poucos homens que puderam prever que essa crise estava chegando e que não fizeram nada para impedir isso pois era algo impossível de impedir.
O roteiro é excepcional, se não levarmos em consideração os clichês de filme de Wall Street que acabam não sendo tão frequentes e se transformam em algo mais direto com o ator falando diretamente com a câmera, ao contrário de imagens de arquivo de Nova Iorque com um monólogo pretensioso rolando ao fundo, coisa que tem mas pouco. Os diálogos são excelentes, a forma como a câmera e edição se coordenam entre as trocas dos atores mostra uma ótima direção tanto de técnica como de atores, parabéns Adam McKay.
Em particular as atuações de Christian Bale e Steve Carell são de tirar o fôlego. Christian Baleé um ator que literalmente se transforma em certos papéis, e esse é um deles, onde ele encarna um gênio analista de riscos, antissocial, desajeitado com palavras, calado, do tipo esquisitão, e te conquista com sua personalidade tão crível. Carell encarna um tubarão de Wall Street, gênio em encontrar furadas financeiras, que tem um problema de controle de raiva e emoções contidas. Sua atuação merece destaque porque no meio de tantos outros gigantes ele é o que mais nos carrega e mais nos emociona, sendo a história apresentada a nós mais por intermédio dele e seu estresse hilariante do que pelos outros personagens.

O Ryan Gosling não fica sem camisa, então pronto. Sua namorada não quer mais assistir. Excelente roteiro, terrível seleção de elenco pseudo realista, Bale e Carell destruindo e um tema muito real e relevante para ser pensado nos dias de hoje e nos momentos atuais inclusive. Recomendado.
Nota ★★★★ • Texto Escrito por Lucas Simões • Revisão de Texto por Jonathan Humberto
FICHA TÉCNICA
Lançamento: 14 de Janeiro de 2016; Duração: 2h 11min; Gênero: Drama, Comédia e Biografia; Direção: Adam McKay; Elenco: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt, John Magaro, Karen Gillan, Melissa Leo e Marisa Tomei.
SINOPSE
Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve. Tal decisão gera complicações junto aos investidores, já que nunca antes alguém havia apostado contra o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o dono de uma corretora que enfrenta problemas pessoais desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente, dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso.
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