Quantcast
Channel: Portal Crítico
Viewing all 89 articles
Browse latest View live

Crítica: As Aventuras dos 7 Anões (2015)

$
0
0
O filme já no início deixa clara sua proposta: é uma fanfic (fan made fiction ou, em português, ficção feita por fãs) de contos de fadas. Animações que podem ser consideradas dentro dessa categoria são Shrek (2001) e Deu a Louca na Chapeuzinho (2005), já que se apropriam de personagens conhecidos de fábulas infantis em suas histórias. Nesse filme, porém, a narrativa chave é a da Bela Adormecida, e os outros personagens fantásticos aparecem mas suas histórias originais não se mesclam à ela. O protagonista do filme é o anão Bobo, um dos sete anões que foram repensados e renomeados como Alegre (Feliz), Nublado (Zangado), Cookie (Mestre), Veloz (Soneca), Bobo (Dunga), Ralf (Dengoso?) e Tchako (Atchim?). Bobo é um anão atrapalhado e bondoso que se torna o improvável herói que salva o dia, fazendo amigos também improváveis por onde passa, como o dragão Braseiro, ou Brasa para os amigos.

Bobo e seus seis companheiros se tornam os heróis responsáveis por salvar o príncipe Jack (soa familiar? wait for it...) que foi aprisionado pela bruxa Dellamorta para que ele não beije a princesa Rose (e agora?) com um beijo de amor verdadeiro e quebre a maldição do sono que caiu sobre ela e todos que estavam no castelo. Pelo caminho os sete pequeninos encontram alguns seres mágicos ou míticos que os auxiliam em suas provações momentâneas e nunca mais aparecem novamente, o que é uma pena. Já existem personagens demais para se desenvolver, isso é compreensível, mas o pouco desenvolvimento de personagens do filme não justifica prejudicar o desenvolvimento da narrativa. Todos os personagens são conceitualmente muito bem pensados visualmente mas o roteiro não aproveita muito bem suas características individuais, dando um destaque a alguns personagens que criam sequências interessantes mas possuem um potencial maior que foi mal aproveitado. Deve ser dito mesmo assim que para uma adaptação livre de contos de fadas essa é uma história bastante original.

O gênero de animação com tom de sátira, comum em filmes da safra de fanfics fantásticos, se constrói dentro da estrutura convencional emprestada dos musicais clássicos de Hollywood, onde os personagens se transformam, superam traumas ou nos mostram quem são através dos números musicais. Este filme infelizmente, ou possui personagens demais tornando músicas individuais algo impossível para atingir uma duração total aceitável para um filme infantil, ou não teve um desenvolvimento devido e investimento em composições que agregassem vários personagens simultaneamente. As músicas são curtas, não dão vontade de cantar junto e são simples demais, sem variações de gênero musical para casar melhor com cada personagem. A animação em si não é ruim, os personagens são fluidos e reais, críveis, bem como o mundo em que vivem. A escolha dos animadores, de deixar o mamilo da vilã Dellamorta visível por baixo de seu vestido transparente, na minha opinião foi horrenda. Aí já ficou bastante claro para este crítico que não se tratava de uma animação americana, porque isso jamais seria aprovado lá. A animação é alemã.

Apesar das falhas de roteiro e das músicas pouco envolventes essa é uma história original com personagens cativantes e engraçados que ficará na mente de muitas crianças. Recomendado.
Nota  (BOM)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 09 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Der 7bte Zwerg (2015)
Duração: 1h 27min.
Roteiro: Bernd Eilert, Harald Siepermann, Sven Unterwaldt Jr., e Daniel Welbat. 
Produção: Bernd Eilert, Otto Waalkes e Douglas Welbat.
Direção: Boris Aljinovic e Harald Siepermann.
Elenco: Otto Waalkes, Gustav Peter Wöhler, Boris Aljinovic, Ralf Schmitz, Mirco Nontschew, Martin Schneider, Norbert Heisterkamp e Nina Hagen.

SINOPSE
A princesa Rose é amaldiçoada por uma bruxa ao nascer. De acordo com a magia, ela vai espetar o dedo e todo o castelo vai cair em sono profundo, a não ser que um beijo verdadeiro a desperte. Sete anões descobrem sobre o feitiço e parte em busca de Jack, namorado de Rose, para salvá-la. Mas eles não chegam a tempo: Rose espeta o dedo e todos dormem, menos os sete anões. Agora eles devem descobrir sozinhos uma maneira de salvar a todos.

Crítica: What Happened, Miss Simone? (2015)

$
0
0
21 de fevereiro de 1933. Eunice Kathleen Waymon veio ao mundo. Eunice, negra, sexta de oito filhos, começou a destacar-se aos três anos de idade quando iniciou a tocar piano. Dona de um talento incrível, Eunice cresceu estudando piano clássico e seu sonho era ser a primeira mulher negra a apresentar-se no Carnegie Hall. E ela foi! Mas quando se apresentou na sala de espetáculos já não era mais Eunice e nem tocava piano clássico. Ela era Nina Simone e tinha um estilo único que misturava jazz, blues, gospel, etc. Um nome que ficou gravado para sempre na música mundial. E o documentário de Liz Garbus, What Happened, Miss Simone?, traz ao mundo essa belíssima história que, da forma que é contada, é essencial.

...and everybody knows about Mississippi Goddam

Nina começou a sua carreira muito cedo e, desde criança, sofria calada com os preconceitos raciais. Sofria calada cada oportunidade que lhe era negada por conta da cor de sua pele. E todo esse sofrimento que cresce dentro dela, se transforma em música. E um dia essa música se torna política. Nina percebe que não pode mais ficar calada diante de tanto ódio e sua música se transforma em protesto. 

É nesse ponto que o documentário é muito feliz, pois, ao tratar da fase ativista da cantora, traça um panorama do que foi a segregação racial nos Estados Unidos. Um panorama bem feliz, com imagens precisas, construído de forma perspicaz, elevando o filme de uma simples biografia a um retrato de uma época, de um pensamento político de um determinado grupo. Ali há uma problematização da questão racial e o que a música de Nina Simone representou para a luta pelos direitos civis dos negros. Com o passar do tempo não só a sua música representava a causa, mas a própria Nina era a personificação de uma luta. Uma luta que divide pensamentos: uma revolução que só se daria por métodos violentos ou aquela que segue os passos de Martin Luther King, onde a paz é a melhor resposta? Não há respostas fáceis e, muito menos, julgamentos aqui.

...just in time you’ve found me just in time

Além das questões políticas que são muito bem problematizadas, a vida pessoal de Nina Simone é tratada com bastante sobriedade e honestidade. Ela conhece o seu amor quando começa a fazer sucesso com a belíssima I loves you, Porgy. O amor de sua vida acaba se mostrando o caminho para o grande sucesso na vida profissional e a grande ruína de sua vida pessoal. Nina conhece a violência familiar, o que reflete em seu piano. Como sua filha, ao apresentar a sua complicada relação com a mãe, diz: Nina é Nina dentro e fora dos palcos, e isso se torna um problema. 

Com a morte de Luther King, Nina se vê completamente desmotivada a continuar a lutar pelos direitos civis dos negros e se muda para a África, vivendo, o que ela considera, os seus anos mais felizes. É a partir daí que a vida dessa grande mulher começa a desmoronar. Mais tarde iria ser diagnosticada com transtorno bipolar, movendo-se de cidade em cidade, em busca de um recomeço. A transferência da violência sofrida por anos reflete na relação com a filha, muito bem explorada no filme, novamente, sem julgamentos, o que é o maior mérito que pode conseguir: a construção de uma vida tão complexa que, se feito por mãos inexperientes, seria esvaziada. 

...it’s a new life for me and I’m feeling good

A complexa carreira de Nina Simone é muito bem explorada ao longo dos cem minutos de duração e, além disso, o contexto histórico é muito bem trabalhado elevando o filme a uma obra fundamental que, se o tempo permitir, ficará na história. Ademais, a compreensão do que foi a obra desta preciosa artista fica mais completa quando conhecemos o contexto em que as canções surgiram. Sua vida pessoal não pode ser dissociada de seu trabalho, pois a própria Nina parecia não compreender as fronteiras entre carreira e individualidade. Afinal, o que aconteceu, Nina Simone?
Nota  (EXCELENTE)
Texto Escrito por Flávio Reis
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
FICHA TÉCNICA
Nome Original: What Happened, Miss Simone? (2015)
Duração: 1h 42min.
Roteiro: -- 
Produção: --
Direção: Liz Garbus.
Elenco: --.

SINOPSE
A vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos.

CríticoTv: Homem-Formiga (2015)

$
0
0
Após anos na gaveta e a saída do Edgar Wright da produção, Homem-Formiga tinha todas as possibilidades de não dá certo. Porém o novo herói conseguiu cumprir bem o seu papel no Universo Marvel. 

O elenco conta Hayley Atwell, Evangeline Lilly, Paul Rudd, Judy Greer, Corey Stoll, Vanessa Ross, Michael Douglas e John Slattery. A direção de Peyton Reed. 

Homem-Formiga (Ant-Man) chega aos cinemas no dia 16 de Julho, em 2D e 3D.
Nota Final: ★ ★ ★  (ÓTIMO)
ApresentaçãoAna Marta e Vinícius Brandão • Edição Final: Ana Marta
Produção: Making Of Brasília • Parceria & Apoio:  Seja Cult

Crítica: Carrossel - O Filme (2015)

$
0
0
Para os que se lembram, nem que seja um pouco, dos personagens dessa clássica novela do SBT, ao ouvir a música tema que se manteve, sentirão uma certa nostalgia. O filme gira em torno das trapalhadas das crianças durante as férias, na fazenda do avô de Alícia, uma das crianças do núcleo mais genérico da trama. A fazenda está sob a vigia insistente de Gonzales e Gonzalito, os vilões da história que querem o terreno para construírem um shopping ou algo clichê do tipo.

O núcleo conhecido da novela em sua versão original, Cirilo e Maria Joaquina, ainda existe, só que agora é mais socialmente pensado. O roteiro não tem muitas surpresas e faz o já batido arroz-feijão de filmes infantis desde sempre. A direção e a atuação surpreende e enquanto comédia o filme é muito bom, enquanto musical possui bons momentos mas nenhuma composição se sobressai, fora que em um filme musical infantil é de se esperar que haja um pouco de dança, mas não há nada além de sugestões de coreografias que animam um pouco aqui e ali.

Esse não é um filme feito para crianças, e sim para os pais, é um longa que protege as crianças. Ninguém se machuca, ninguém se rala todo, ninguém fica com um galo na cabeça, nada. A infância não é protagonizada em momento algum além do que se cita em “We Will Rock You”, do Queen, que inclusive era algo que este crítico cantava em seus tempos de escola enquanto batia palma e na carteira no ritmo da música. Essa foi uma ótima referência, mas morreu aí. As crianças não são crianças, são mais uma romantização de “como crianças deveriam ser”. Só há uma personagem nesse filme que existe na vida real, Maria Joaquina, a menina vaidosa, bonitinha, que gosta de tirar selfies. Ela existe, ela se comunica com o público, o resto das personagens é fabricado, é personagem de novela, consigo imaginar todo o resto adulto dizendo as mesmas coisas e fazendo as mesmas coisas, que não faz diferença alguma. O vilão ficou ótimo e seu capanga ficou sensacional, e o melhor de tudo é que eles não são a comédia inteira do filme, todos os atores dão ótimas contribuições. Enquanto comédia ele é genuíno e apesar do humor politicamente correto, arranca sinceras risadas.

Uma ótima comédia, um péssimo filme de criança, o melhor filme para pais de crianças do mundo e um musical até bom mas que faltou um investimento nessa parte, considerável. Pela nostalgia não vale, mas pra rir tá valendo.
Nota  (BOM)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 23 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Carrossel - O Filme (2015)
Duração: 1h 38min.
Roteiro: -- 
Produção: Diane Maia.
Direção: Alexandre Boury e Mauricio Eça.
Elenco: Jean Paulo Campos, Larissa Manoela, Maísa Silva, Noemi Gerbelli, Márcia De Oliveira, Paulo Miklos, Oscar Filho e Gabriel Calamari.

SINOPSE
Em férias, os alunos da Escola Mundial viajam para o acampamento Panapaná, pertencente ao avô de Alícia. Lá eles participam de uma gincana organizada pelo senhor Campos, que faz o possível para que as crianças se divirtam a valer. Entretanto, a chegada de González agita o local, já que ele representa uma incorporadora que pretende comprar o terreno do acampamento para transformá-lo em uma fábrica poluidora. Para atingir seu objetivo, González e seu fiel parceiro Gonzalito usam de todos os artifícios possíveis, inclusive sabotar o acampamento e difamar Campos.

Crítica: Corrente do Mal (2015)

$
0
0
Como o título traduzido sugere, e muito bem, o filme tem uma lógica semelhante à do filme Corrente do Bem, só que do mal. Como assim? O filme narra como uma maldição se transmite de pessoa para pessoa e os amaldiçoados tornam-se perseguidos por uma entidade assassina. A maldição se transmite pelo ato sexual e poderíamos (os mais palhaços, pelo menos) cogitar até que a ideia do filme surgiu em homenagem à herpes, mas isso é papo de boteco.

A protagonista Jay (Maika Monroe), se torna a nova amaldiçoada após sua transa com seu recente namorado Hugh (Jake Weary), que antes de deixá-la à própria sorte lhe concede a cortesia de explicar tudo. Claro que Hugh não perderia seu tempo fazendo tal coisa se bastasse passar a maldição adiante, existem regras e uma delas é que se Jay for morta pela criatura, Hugh voltará a ser seu alvo. Jay então inicia sua jornada junto a seus amigos Paul (Keir Gilchrist), Yara (Olivia Luccardi), e a irmã de Jay, Kelly (Lili Sepe). Após o primeiro incidente, entra na história Greg (Daniel Zovatto), que possui uma postura mais máscula que Paul e possui mais recursos, é um bad boy do jeito que as garotas gostam, e se torna a escolha de Jay para passar a maldição adiante, pois ela vê nele um sobrevivente. Pena que ele era descrente demais, um belo clichê em filmes de terror se for bem aplicado, coisa que foi nesse filme. Em filmes de terror sempre que a mulher entra em contato com a entidade fantasmagórica existe um homem, o par romântico, que é forte, protetor, mas descrente, e isso torna sua força irrelevante. Aqui o diretor talvez tenha tido a intenção de dizer algo sobre o gênero para os fãs. O filme segue daí e não se conclui, deixa todos nós dentro de uma incógnita, com informações suficientes para desejar uma continuação, coisa que talvez tenha sido a intenção do diretor.

Enquanto gênero, o filme é impecável, absolutamente impecável, um terror de lamber os dedos e anotar a receita. Planos vagarosos, arrastados, mórbidos, fantasmagóricos, composições de profundidade com cantos escuros, portas, janelas, silêncio, de repente uma pancada para nos bombear o sangue gelado, depois continuar torturados pela imersão absoluta. O espectador entra no filme de uma maneira intensa, as mortes são fortes, pesadas, mas nada desagradável, na medida certa para agradar a todos.

Os personagens são reais, críveis, encantadores, memoráveis, gostamos de todos eles, todos precisam sobreviver, cada um que se machuca nos dói, como se eles fossem pessoas reais, como deve ser. Porém, dito tudo isso, este crítico deve chegar no ponto desse filme que desaponta o verdadeiro fã de terror: o monstro. O monstro é bom, é muito bom, é bem construído, conceituado, possui uma boa incógnita a respeito de si. O que ele é exatamente? Não se sabe, não interessa, tudo bem. Qual o problema então? As regras. Quais são as regras do monstro, da maldição. Ele é lento. Ok, aceitável, adiciona mais caldo ao thriller e deixa a coisa mais agoniante. Maravilha. Ele assume a forma de pessoas que o portador da maldição conhece para se aproximar dele(a) e o matar. Ótima característica, predatória, animal, crível, adiciona mais caldo à perversão do thriller. Só quem foi amaldiçoado pode ver o monstro, mas qualquer um pode tocá-lo. Essa é uma ótima aquisição já que o pior monstro de filme de terror é aquele que não pode ser morto. Esse monstro não tem graça nenhuma. Esse bicho é quase um alien, o predador perfeito. Qual o problema então? Todo monstro de filme de terror que possui uma lógica de regras no modo que mata e etc precisa ser failproof (precisa ser testado e não falhar no teste, porque se a regra não é verossimilhante, o monstro não pode ser real e se torna ridículo). O monstro anda. E se eu pegar um avião e for pra Europa? Acabou o problema. Nenhuma das pessoas amaldiçoadas pensou nisso? A garota transa com um astronauta que está indo pra lua, e aí? Entendeu? O monstro perde os poderes aí. Mas aqui a gente já voltou pro papo de boteco.

Um filme absolutamente imperdível. Vale cada centavo. Recomendadíssimo!
Nota  (Excelente)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 23 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: It Follows (2015)
Duração: 1h 40min.
Roteiro: David Robert Mitchell. 
Produção: --
Direção: David Robert Mitchell.
Elenco: Maika Monroe, Keir Gilchrist, Daniel Zovatto, Linda Boston, Olivia Luccardi, Lili Sepe e Heather Fairbanks.

SINOPSE
A jovem Jay (Maika Monroe) leva uma vida tranquila entre escola, paqueras e passeios no lago. Após uma transa, o garoto com quem passou a noite explica que ele carregava no corpo uma força maligna, transmissível às pessoas apenas pelo sexo. Jay tem a decisão de carregar esta sina consigo, ou passá-la adiante. Enquanto isso, a jovem começa a ser perseguida por figuras estranhas que tentam matá-la, e que não podem ser vistas por mais ninguém. Jay enfrenta um dilema: como explicar o caso às pessoas ao redor, e como interromper esta corrente?

Crítica: Pixels (2015)

$
0
0
Adam Sandler nos traz mais uma de suas comédias com tom autobiográfico, em que ele interpreta, o que parece ser, uma versão dele mesmo antes da fama. O protagonista, encarnado por Sandler, é Sam Brenner, um nerd, gênio dos videogames que após ser derrotado em um campeonato de videogames fica preso no passado, incapaz de superar suas falhas. Ele foi derrotado por outro jogador habilidoso chamado Eddie (Peter Dinklage) ou “Fireblaster” como ele se promove, e esse campeonato foi gravado pela Nasa e enviado para o espaço como uma “mensagem” para outras formas de vida. Sam tem um amigo de infância, Cooper (Kevin James), que sempre esteve com ele e para a surpresa e risadas de todos se torna o presidente dos EUA de alguma forma. Fechando o trio está o amigo nerd, que realmente é nerd, daqueles que vivem dentro de um universo particular, Ludlow (Josh Gad), que é obcecado por uma personagem de videogame chamada Lady Lisa (Ashley Benson). Sam se tornou um técnico de eletrônica que instala/conserta aparelhos porque não consegue explorar seu verdadeiro potencial de gênio após ter sua auto-estima abalada pelo trauma da derrota. Em uma de suas assistências rotineiras conhece Violet (Michelle Mohaghan), uma mãe solteira recém-divorciada que é chefe do desenvolvimento de armas do exército americano, e rola um clima entre eles. Mais adiante no filme se revela que a gravação do campeonato havia chegado de fato até alienígenas e que os mesmos encararam a mensagem como uma declaração de guerra, enviando seres pixelados para lutar contra os grandes guerreiros do arcade e se eles perderem a terra será destruída.

O filme é uma boa e velha comédia de Sandler, coisa que fãs mais religiosos do ator vão adorar e os novos, e pequenos, também apreciam em igual medida. O filme faz uma boa ponte entre os universos de adulto e infantil pois as personagens mantiveram suas crianças interiores bem vivas, mesmo que o filho de Violet, Matty (Matt Lintz), não apareça tanto. O arco da personagem de Sandler é a jornada clássica de um homem atormentado por seu passado e considerado um perdedor, precisando explorar seu passado para se libertar das amarras e mostrar seu verdadeiro potencial. Uma coisa muito agradável de se ver nos filmes de Sandler são suas personagens nada estereotipadas, que independente de tipo físico ou de emprego conseguem ser bem-humoradas, bons amigos e os relacionamentos.

As suas personagens são perdedoras mas nunca perdedoras no sentido pejorativo da palavra, como pessoas ridículas, patéticas, risíveis. As personagens perdedoras de Sandler são perdedoras simplesmente porque acreditam que são, e quando deixam de acreditar que são, vencem. A mensagem que Sandler deixa em praticamente todos os seus filmes é que “perdedor”é apenas uma palavra e todos somos capazes de grandes coisas.

Outra coisa que se nota bastante nesse filme é a escolha da fotografia, mais distante e bastante colorida, dando às imagens uma estética de brinquedo. As atuações são muito boas, a comédia é mais visível nos diálogos que na imagem, que se encarrega de levar quilos de ação e efeitos especiais que pulam na nossa cara. Nesse sentido o filme lembra bastante Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), que também consegue dividir muito bem a comédia, a ação e os efeitos especiais de maneira que tudo se mantenha muito bem.

Nostalgia para os mais velhos, diversão certa para os jovens, um prato cheio e um 3D absolutamente fenomenal. Imperdível!
Nota  (Excelente)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Lucas da Silva
Lançamento 23 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Pixels (2015)
Duração: 1h 46min.
Roteiro: Tim Herlihy, Adam Sandler e Patrick Jean. 
Produção: Chris Columbus, Allen Covert, Adam Sandler, Patrick Jean, Johnny Alves, Tim Herlihy, Jack Giarraputo, Seth Gordon e Benjamin Darras
Direção: Chris Columbus.
Elenco: Adam Sandler, Michelle Monaghan, Kevin James, Peter Dinklage, Josh Gad, Sean Bean, Brian Cox e Ashley Benson.

SINOPSE
A humanidade sempre buscou vida fora da Terra e, em busca de algum contato, enviou imagens e sons variados sobre a cultura terrestre nos mais diversos satélites já lançados no universo. Um dia, um deles foi encontrado. Disposta a conquistar o planeta, a raça alienígena resolveu criar monstros digitais inspirados em videogames clássicos dos anos 1980. Para combatê-los, a única alternativa é chamar especialistas nos jogos: Sam Brenner (Adam Sandler), Eddie Plant (Peter Dinklage), Ludlow Lamonsoff (Josh Gad) e a tenente-coronel Violet Van Patten (Michelle Monaghan).

Crítica: A Forca (2015)

$
0
0
O filme inicia com uma gravação de uma peça escolar de vinte anos antes dos acontecimentos do filme, pais filmando seus filhos adolescentes que encenam uma peça com um final trágico de faz de conta que se torna trágico de verdade. O mocinho da peça que é enforcado no ato final acaba enforcado de verdade acidentalmente, gerando uma histeria generalizada. 

Vinte anos depois resolvem por alguma ironia do destino, chamada ”roteirista preguiçoso” na maioria das vezes, encenar uma nova versão da peça. O novo protagonista da peça, Reese (Reese Mishler), é um atrapalhado atleta do time de futebol americano que largou o time para fazer teatro por causa de uma garota. A garota, Pfeifer (Pfeifer Brown), interpreta seu par romântico e sabe apenas das intenções românticas do personagem, considerando Reese meramente um amigo. Um amigo de Reese, Ryan (Ryan Shoos), acha a idéia de ele estar nessa peça completamente idiota e odeia a todos da equipe teatral, até o professor. Junto a Ryan está sua namorada, Cassidy (Cassidy Gifford), uma loira linda que por ser loira e estar em um filme de terror todos já sabemos o que acontece com ela. Após alguns diálogos até que bem escritos Ryan e Cassidy convencem Reese a destruir o palco na noite antes da estréia para ele poder se livrar de pagar esse mico. Decidido isso eles vão até o teatro durante a noite e bem, é horrível.

O gênero do filme é o promissor mas porcamente explorado Found Footage, ou seja aqueles filmes onde assistimos uma gravação amadora feita pelos próprios personagens. Bruxa de Blair (1999) ainda se mantem como um dos poucos filmes do gênero que merecem alguma atenção. O roteiro em si não é ruim, a proposta que se constrói é muito boa e o final seria perfeito se não entrasse em contradição. O final desconstrói o mito do monstro de uma maneira muito interessante, mas infelizmente ele constrói o mito segundos depois, como aqueles finais onde se ilustra que “foi tudo um sonho” e logo depois diz que “na verdade foi real, brincadeira”

Enquanto terror o filme é muito limitado, recorrendo à trilha sonora, falta de luminosidade e Jump Scares ridículos para criar atmosfera de tensão e medo. As atuações não são ruins porque os atores são praticamente eles próprios, felizmente nenhum deles deixa a bola cair, o problema é mais a direção mesmo. Sempre um deles fica no cargo de operador da câmera e todos eles seguem uma mesma direção de câmera, mesma velocidade, mesmos recursos para cortes e etc. Quando as personagens não controlam a câmera elas conseguem trazer autenticidade para as personagens, mas quando assumem a câmera isso se perde. Ou seja, os diretores estavam orientando eles para serem câmeras na hora da câmera ao invés de personagens. Ryan, por ser o babaca da galera, quando assumisse a câmera deveria dar zoom nas garotas, zoar as pessoas, dar sustos neles e etc. Essa é a sua personagem, e ao assumir a câmera ela desaparece. De uma forma geral o filme tropeça demais em recursos batidos do gênero e não explora o roteiro e atuações como deveria, deixando muito a desejar enquanto terror.

História original que quase conseguiu ter um final interessante com personagens bons mas mal dirigidos e a estética é deplorável. Há filmes melhores pra assistir.
Nota  (Ruim)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Lucas Silva
Lançamento 23 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: The Gallows (2015)
Duração: 1h 15min.
Roteiro: Travis Cluff e Chris Lofing. 
Produção: Jason Blum, Chris Lofing, Travis Cluff, Guymon Casady e Gabriela Revilla Lugo
Direção: Travis Cluff e Chris Lofing.
Elenco: Reese Mishler, Pfeifer Brown, Ryan Shoos, Cassidy Gifford, Travis Cluff, Alexis Schneider e Price T. Morgan.

SINOPSE
Uma cidade é marcada por um acidente, quando uma peça de teatro da escola leva a várias mortes. Vinte anos mais tarde, um grupo decide reencenar a peça, para homenagear os mortos. Logo, eles percebem que o desastre pode acontecer mais uma vez.

TOP 7 - Melhores Filmes do Cinema (1º/2015)

$
0
0
Texto Escrito por Ana Marta e Jonathan Humberto e Revisão por Jonathan Humberto

O primeiro semestre acabou, já começamos com 2º/2015 com mais filmes aguardados pelo público e críticos. Que tal conferir os 7 MELHORES FILMES DO CINEMA do primeiro semestre de 2015.

Lembrando que é uma lista bem pessoal, então pedimos que respeite a nossa escolha de cada filme abaixo. As críticas de cada longa citado já estão disponíveis no site (só clicar nos títulos dos filmes).

• 7º JURASSIC WORLD - O MUNDO DOS DINOSSAUROS - Após quase 20 anos sem um filme digno de dinossauros, Jurassic World ressurge das cinzas trazendo novamente o grande parque, que muitos fãs amam. Apesar de alguns pontos não encaixarem e muito menos serem bem construídos, o quarto longa traz um imensa homenagem aos três últimos filmes e ao próprio diretor Steven Spielberg.

• 6º VÍCIO INERENTE - Estamos diante de um filme que poucos irão assistir,  mas que quem for ter certa curiosidade, não vai ser arrepender. É divertido, louco e psicodélico acompanhado com uma trama que irá te testar o tempo todo. Sem mencionar a grande e excelente atuação de Joaquin Phoenix como um hippie anormal.

• 5º FOXCATCHER - UMA HISTÓRIA QUE CHOCOU O MUNDO - Outro filme que também não terá tanto público, mas que revelou grandes atuações entre elas Channing Tatum e Steve Carell. Para aqueles que acompanham a carreira dos dois atores, em Foxcatcher estão irreconhecíveis em suas interpretações e até no próprio visual. Afinal, são conhecidos por trazerem ótimas comédias. Vê-los em um drama baseado em fatos reais dá outro crédito aos atores por diversificarem os seus papeis.

• 4º BIRDMAN - A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA - Este filme me prendeu de uma forma... Sério, não tem como falar mal de Birdman. Um filme escrito para o próprio ator Michael Keaton, uma crítica e humor negro sobre o universo do entretenimento atual, personagens fantásticos e bem construídos. Depois de tanto elogios, você tem que ir ver este filme.

• 3º KINGSMAN - SERVIÇO SECRETO - Outra adaptação do criador Mark Miller, que já teve outras obras já adaptadas para o cinema como Kick-Ass e O Procurado. Kingsman nas mãos do diretor Matthew Vaughn, teve o seu melhor resultado. Homenagem ao gênero de espião, cômico e humor negro, estilo bem britânico e sem mencionar as reviravoltas MAGNÍFICAS!!!

• 2º DIVERTIDA MENTE - Divertida Mente traz uma história que, a princípio, pode parecer complexa; entretanto, a genialidade de seus realizadores transforma a ideia em algo simples e tocante. Conhecer a mente do ser humano nunca foi tão empolgante e profundo. O grande acerto do longa é não ser um filme para crianças, e sim um filme para pessoas. Um retorno triunfal para a Pixar, e, sem sombra de dúvidas, não terá outro concorrente à altura no quesito melhor animação de 2015.

• 1º MAD MAX - ESTRADA DA FÚRIA - ÉPICO E O MELHOR FILME DESSE ANO ATÉ AGORA!Única frase que corresponde tudo o que filme representa e o retorno do George Miller ao universo Mad Max. Elenco esplêndido, trama simples sem ser chata ao querer abordar várias questões sociais; e com um visual de encher os olhos.

Está aí o porquê do meu amor por esse filme.
Homem tocando guitarra em cima do carro de som!? 
Tem lógica?  NENHUMA, SÓ ACEITE!
Bane é você? - Vinícius Brandão
Belas, corajosas e mulheres de atitude! Excelente elenco feminino \o/
AÇÃO QUE NÃO ACABA....

Crítica: Sobrenatural - A Origem (2015)

$
0
0
O terceiro filme (ou capítulo, como fica expresso no título original) da série Sobrenatural (Insidious) fecha a trilogia fornecendo informações que complementam eventos inexplicados dos primeiros filmes. É um prequel, ou seja, um filme que se passa antes dos eventos dos filmes anteriores, se fosse uma sequência normal se chamaria sequel. 

O filme narra a história de Quinn Brenner (Stefanie Scott), uma jovem que está se formando no ensino médio e persegue uma carreira de atriz e também tenta entrar em contato com sua mãe, recém falecida (Ele Keats). Para tal, ela busca a ajuda de Elise Rainier (Lin Shaye), uma médium extremamente habilidosa capaz de sentir uma presença maligna próxima à Quinn, que pode se aproximar ainda mais se ela persistir na ideia. Elise aconselha Quinn a não tentar contatar sua mãe sozinha pois é muito perigoso, porém ela não lhe dá ouvidos. Pouco a pouco Quinn vai sendo afetada fisicamente pela presença maligna que se manifesta ao redor dela. O pai de Quinn (Dermot Mulroney) é atencioso, presente e protetor mas descrente dos acontecimentos até eles se tornarem reais o suficiente para ele. Elise não quis ajudar Quinn no início e relutou muito tempo voltar ao seu ofício de médium, por conta de seu último trabalho ter tido consequências desagradáveis. Um espírito que Elise ajudou a expulsar, jurou que a mataria se ela voltasse a entrar no mundo dos mortos novamente, e ela acreditou. Após Elise compreender a natureza dos mortos e o limite de sua influência ela conseguiu achar a resolução para finalmente ajudar Quinn.

A razão pela qual os  filmes da franquia Insidious são tão incríveis, para o gênero, na opinião deste crítico, é a auto-afirmação constante do fator humano que eles apresentam. Em Insidious as entidades não são nem intocáveis nem imbatíveis, são criaturas diferentes dos vivos e que também podem ser derrotadas, e são sempre inferiores aos vivos. Não querendo ser contra religião nem nada do tipo, mas todos os filmes com essa temática que apresentam um fundo religioso não seguem essa regra, sendo o plano sobrenatural sempre o plano superior, por razões óbvias. Então o fato de os humanos em Insidious não serem criaturas simplórias e descartáveis, torna os personagens muito mais fortes e o filme ganha um certo otimismo. 

As batalhas não estão praticamente perdidas antes de serem travadas, e isso é ótimo. Existem porém os infelizes jumpscares (coisas pulando na sua cara para te assustar de vez em quando e você lembrar que está em um filme de terror e não em um filme onde não acontece nada), que são bastante desagradáveis, tirando um pouco do charme da narrativa e de seus personagens. No geral o filme mantém uma outra característica excelente dos outros filmes da franquia, que é manter um enquadramento amplo e distante o tempo inteiro, com bem menos close-ups, e enfatizando grandes corredores e cantos escuros. Os monstros costumam ser revelados tanto em jumpscares quanto em planos onde eles simplesmente surgem do nada, mantendo uma boa dose de suspense e terror.

O filme ganha muito em originalidade, em fechar os pontos soltos dos primeiros filmes, em bons personagens e boa utilização do gênero. Perde alguns pontos pelos sustos previsíveis, coisa que os enquadramentos diferenciados ajudam a mascarar mas não muito. E um último problema, e sério, são três personagens completamente avulsos que não precisavam existir no filme: a amiga de Quinn, Maggie (Hayley Kiyoko), o interesse amoroso de Quinn, Hector (Ashton Moio), e o irmão caçula dela, Alex Brenner (Tate Berney). Os três aparecem no filme basicamente pra reforçar características de Quinn, que ela é responsável, bonita e uma amiga fiel. Esses três personagens não adicionam nada a si próprios nem ao filme, sendo completamente dispensáveis. Erros de roteiro como esse são comuns em filmes de trilogia, infelizmente, mas isso não tira o brilho do filme.

Recomendado. Para fãs da franquia, imperdível.
Nota  (Bom)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 30 de Julho de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Insidious: Chapter 3 (2015)
Duração: 1h 38min.
Roteiro: Leigh Whannell. 
Produção: Jason Blum, Oren Peli, James Wan, Steven Schneider e Brian Kavanaugh-Jones.
Direção: Leigh Whannell.
Elenco: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson, Leigh Whannell, Lin Shaye, Steve Coulter, Hayley Kiyoko e Ashton Moio.

SINOPSE
Em eventos anteriores aos apresentados em Sobrenatural, Sean Brenner (Dermot Mulroney) e a filha, Quinn (Stefanie Scott), são aterrorizados por entidades misteriosas. A especialista em fenômenos paranormais Elise Rainier (Lin Shaye) se envolve no caso e busca uma forma de livrar a família do demônio.

Crítica: Ted 2 (2015)

$
0
0
“That’s what this country does best: Put different people into little groups and make them watch Tyler Perry”

Ted teve um sucesso absoluto, tanto de crítica quanto de bilheteria. E um sucesso mais do que merecido, vale dizer. O filme contava com um roteiro criativo e extremamente original, um elenco sensacional, efeitos visuais eficientes (principalmente levando em consideração o orçamento relativamente baixo e o peso da computação gráfica dentro da trama) e uma direção segura de um diretor pouco experiente no cinema. Porém, talvez a maior força do filme se residia em seu fôlego na hora de tirar risadas do público. Em seus primeiros minutos Ted já fazia piadas envolvendo judeus e só parava em seus segundos finais - insinuando que um personagem problemático do filme era, na verdade, Taylor Lautner. A situação de Ted 2é um pouco diferente: ainda tendo boa parte das qualidades que fizeram do original um ótimo filme, a sequência perde o fôlego e decepciona por não ter o mesmo ritmo cômico do filme de 2012.

Se passando alguns meses depois do fim do primeiro filme, Ted 2 tem início com o casamento do personagem título, que, após uma mal sucedida tentativa de adotar um bebê com sua mulher, descobre que é visto pelo estado como propriedade e não como cidadão. Para tentar recuperar seus direitos legais perdidos, ele e John acabam contratando a advogada Samantha (interpretada por Amanda Seyfried) para tentar ganhar o posto de ser humano dentro da sociedade.

Assim como o original, esta sequência conta com um elenco impecável: Enquanto Seth MacFarlane continua fazendo um ótimo trabalho em desenvolver a persona de Ted a partir de sua voz (dessa vez tendo que trabalhar o lado dramático com um pouco mais de profundidade), Mark Wahlberg está ainda mais a vontade no papel, conseguindo segurar gags que dependem completamente de trejeitos (a sequência na qual seu personagem está fortemente drogado, paranoico e só consegue andar quando apoiado em uma parede, está entre um dos momentos mais hilários de todo o filme). E se Seyfried não consegue preencher completamente o vazio deixado pela saída de Mila Kunis (saída essa que é explicada de maneira rala e pouco satisfatória pelo roteiro), ao menos a atriz é eficiente ao construir uma dinâmica completamente nova – e divertida - entre o trio.

Além disso, Ted 2 conta com uma hilária enxurra de referências e participações especiais (chegando a superar o antecessor nesse quesito): Utilizando dois nomes gigantes do cinema mainstream em pequenas aparições no decorrer da trama (a mais curta e que envolve uma caixa de cereal infantil é simplesmente espetacular), o filme é um deleite para qualquer fã da cultura pop a partir do momento que decide reencenar a clássica dança de Clube dos Cinco, fazendo uma auto paródia em uma sketch dentro do Saturday Night Live ou usando a trilha de Jurassic Park para realçar a reação dos personagens diante de uma plantação de marijuana.

Porém, mesmo com momentos cartunescos e simples, é impressionante notar o quão repleto de sutilezas Ted 2é. Além de conseguir esconder alguns dos problemas do roteiro (que discutirei adiante), MacFarlane enriquece a narrativa com decisões de direção inventivas - é interessante ver, por exemplo, uma leve câmera na mão durante uma discussão conjugal, típica em dramas sobre o assunto - e ao fazer um excelente comentário sobre direitos civis (algo que caiu como uma luva dentro do contexto envolvendo a repercussão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo). Mais do que isso: É interessante se deparar com uma complexa e metalinguística auto referência que o filme faz durante uma apresentação de stand-up, onde o roteiro admite que fazer piadas com o atentado de 11 de Setembro ou Bill Cosby pode não ser algo correto ou aceitável (mas a brincadeira sobre as brincadeiras quebra qualquer espécie de tabu).

E exatamente por ter tantas coisas ao seu favor, é uma pena que Ted 2 seja, no final, uma obra tão problemática. É decepcionante notar que a sequência não tem a mesma quantidade de piadas por minuto que o original, e que nem todas as piadas feitas aqui funcionam. Há uma série de situações que soam forçadas ou deslocadas demais. Mas talvez o maior problema de Ted 2 seja sua frágil estrutura narrativa: Ao adotar uma montagem episódica, o longa sacrifica seu ritmo e, por isso, é improvável encarar a projeção sem, pelo menos, olhar no relógio uma ou duas vezes. E pior: o filme tem praticamente duas horas de projeção (vinte minutos a mais que o antecessor) e que acabam soando pesadas e ocasionalmente arrastadas.

Ted 2é eficiente. Não mais do que isso. Sim, é inegável que durante a maior parte do tempo o filme é inteligente, bem atuado e divertido. Mas também é praticamente impossível deixar de lado os vários excessos da história (toda a subtrama envolvendo Giovanni Ribisi não é apenas descartável, como soa como uma repetição preguiçosa daquilo que foi visto anteriormente) e o fato de que esta é uma narrativa sem muita imaginação ou originalidade. E é particularmente decepcionante ter que dizer isso de um longa que dá sequência a uma ideia tão criativa e ‘fora da caixa’.
Nota  (Bom)
Texto Escrito por Gabriel Pinheiro
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 27 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Ted 2 (2015)
Duração: 1h 55min.
Roteiro: Seth MacFarlane, Alec Sulkin e Wellesley Wild. 
Produção: Scott Stuber, Seth MacFarlane, Jason Clark, Alec Sulkin e Wellesley Wild.
Direção: Seth MacFarlane.
Elenco: Mark Wahlberg, Amanda Seyfried, Jessica Barth, Giovanni Ribisi, Morgan Freeman, Sam J. Jones, Patrick Warburton e Michael Dorn.

SINOPSE
Desta vez, o urso de pelúcia Ted (voz de Seth MacFarlane) está namorando com Tami-Lynn (Jessica Barth), e o casal pretende ter um bebê. No entanto, para terem direito à inseminação artificial, Ted deverá provar na justiça que é um ser humano. Ele conta com a ajuda da jovem advogada Samantha (Amanda Seyfried) e do grande amigo John (Mark Wahlberg).

CríticoTv: Quarteto Fantástico (2015)

$
0
0
Várias polêmicas e críticas negativas surgiram antes mesmo do lançamento do reboot de Quarteto Fantástico. O Canal CríticoTv e convidados Vinícius Brandão; e Fernando Maidana opinaram sobre o novo filme e grande dúvida fica no ar: "A Fox conseguiu acertar dessa vez"?

Kate Mara, Miles Teller, Toby Kebbell, Jamie Bell, Michael B. Jordan, Jodi Lyn Brockton e Reg E. Cathey estão no elenco. A direção de Josh Trank.

Quarteto Fantástico chega aos cinemas hoje (06/08).
Nota Final: ★ ★  (Bom)
ApresentaçãoAna MartaVinícius Brandão e Fernado Maidana • Edição Final: Ana Marta
Produção: Making Of Brasília • Parceria & Apoio:  Seja Cult
CRÍTICAS DOS CONVIDADOS
• Vinícius Brando do site"Aquela Velha Onda"

A Marvel passava por maus bocados na década de 1990. Em perigo de entrar em falência, a produtora de histórias em quadrinhos vendeu diversas franquias para estúdios de cinema. Um dos resultados dessa brincadeira foram os filmes Quarteto Fantástico de 2005 e a continuação com a presença do Surfista Prateado em 2007. Dois dos piores filmes daquela época. Chegou a hora da Fox tentar salvar a franquia com este reboot do grupo. CONTINUE LENDO...

• Fernando Maidana do site "Legião dos Heróis"

Crítica: A Dama Dourada (2015)

$
0
0
O filme abre com uma cena simples de uma mulher posando para um quadro, para mais na frente revelar que essa mulher se chama Adele Bloch-Bauer (Antje Traue) e ela está posando para ninguém menos que Gustav Klimt, um grande nome da pintura simbolista. Adele morreu jovem mas antes de morrer conseguiu deixar uma forte impressão em sua sobrinha, Maria Altmann (Helen Mirren), que muitas décadas depois busca recuperar a pintura de Adele e outras obras que eram de sua família mas foram saqueadas pelos nazistas na Segunda Guerra. Maria busca a ajuda de seu sobrinho, Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), que é um advogado amador que tentou abrir uma empresa mas faliu e agora procura emprego, conseguindo um com a ajuda de sua mãe e por conta de sua linhagem de peso. Inicialmente Randy tem pouco interesse na proposta de sua tia e só se motiva a ajudar quando descobre que os quadros da família valem uma fortuna em dinheiro. Com o argumento do dinheiro ele convence seu chefe, Sherman (Charles Dance) a lhe dar alguns dias para ir até a Áustria com Maria e conseguirem a documentação necessária para avaliar se eles tem um caso ou não. Maria não gosta da ideia de voltar para a Áustria pois seu passado de perseguição enquanto judia na Segunda Guerra ainda a assombra. Ela decide ir com Randy pois se trata de bens da família dela que estão em um museu e eles devem ser devolvidos. Lá eles conhecem Hubertus Czernin (Daniel Brühl), um jornalista austríaco que os procura após saber da jornada deles e lhes oferece sua ajuda. 

Como os representantes do país, em particular do setor cultural, não querem que as pinturas de Klimt, principalmente A Dama de Ouro (pintura de Adele), deixem a Áustria, eles farão de tudo para impedir Maria e Randy. Hubertus ajuda os dois a conseguirem documentos que comprovem que os quadros são legalmente de Maria através dos testamentos de Adele e seu marido Ferdinand (Henry Goodman) mas os representantes do departamento de cultura alegam que eles não podem prosseguir legalmente pela legislação austríaca. Ao final da viagem Randy se envolveu tanto com a história e cultura de sua família através das histórias de Maria e seu passado trágico que se sente envergonhado de ter ido por causa do dinheiro. 

Após chegar de viagem Randy se torna obcecado pelo caso de Maria porque agora se tornou pessoal para ele também, e ele faz de tudo para levar esse caso para julgamento. Randy é um personagem dedicado, meio abobalhado, pai de família e dono de um grande coração. Maria é uma mulher extremamente culta, dotada de uma etiqueta impecável que não lhe faz levantar a voz nem mesmo sob a mais profunda fúria, e eterna defensora de sua origem e sua família. Randy inicialmente é um homem focado em seu futuro, suas necessidades pessoais, ainda mais com uma filha pequena e outro bebê no caminho. Ele não possui uma noção de origem, de se importar com o lugar de onde ele veio. Maria por outro lado é uma mulher presa em seu passado, nas coisas que ela teve e foram tiradas dela, no futuro que foi arrancado de suas mãos quando ela era jovem. Ela possui uma forte noção de origem e defende com garras e dentes quem ela é, mas não consegue lutar pelo seu futuro se tiver que encarar seu passado. 

No filme, um guia o outro dentro dessa jornada ao passado e quanto mais eles caminham juntos mais ambos se fortalecem. Ambos se encontram ao fim. Aqueles que estiverem familiarizados com os roteiros ganhadores de Oscars dos anos 90 como Perfume de Mulher (1992), Conduzindo Miss Daisy (1989) e com filmes em geral que tratam sobre o tema do Holocausto conseguiram ver onde o filme ia dar logo no início. Para os menos conhecedores desses formatos eles eram filmes que envolviam advogados ou filmes que envolviam duas pessoas completamente diferentes, uma representando nós, a plateia, e outra sendo excêntrica e charmosa, ou desprezível, mas sempre nos conquistando. Tudo isso está presente nesse filme e este crítico, alguns anos atrás, julgaria este filme como um mero “filme que quer ganhar Oscar”

No entanto, com o tempo, um certo entendimento começou a surgir sobre esses filmes. No Brasil também temos isso, são os filmes que tratam sobre a Ditadura Militar, que seriam os meros “filmes que querem ganhar festivais de cinema nacionais”. Antigamente este crítico não achava que esse tipo de filme deveria ser feito, mas hoje a opinião é contrária. Existe uma razão para esses filmes serem premiados acima dos outros, uma razão muito simples: esses filmes são filmes sobre pessoas reais, sobre o mundo real. Não são filmes cobertos de efeitos especiais, explosões e cenas picantes, são filmes que falam sobre coisas importantes, sobre tragédias, sobre coisas horríveis que aconteceram ou sobre pessoas maravilhosas que existiram. É importante que esses filmes sejam premiados, que sejam assistidos. Precisamos lembrar deles, precisamos lembrar dessas pessoas, dessas coisas horríveis que aconteceram. “Lembre de nós.”, é essa a mensagem do filme para o público.

Então vamos lembrar. Um filme maravilhoso. Recomendado.
Nota  (Excelente)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 13 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Woman in Gold (2015)
Duração: 1h 50min.
Roteiro: -- 
Produção: David M. Thompson, Kris Thykier, Harvey Weinstein, Bob Weinstein, Christine Langan, Ed Rubin e Ed Wethered.
Direção: Simon Curtis.
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Daniel Brühl, Katie Holmes, Max Irons, Charles Dance, Tatiana Maslany e Antje Traue.

SINOPSE
Década de 1980. Maria Altmann (Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação. Ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista (Ryan Reynolds).

Crítica: Missão: Impossível - Nação Secreta

$
0
0
"Espero chegar aos 53 anos de idade em perfeita forma, assim como Tom Cruise vem se mostrando nos últimos anos".

Neste quinto filme da franquia "Missão: Impossível" intitulado de "Nação Secreta", vemos novamente Ethan Hunt (Tom Cruise) em ação, descobrindo sobre um secreto sindicato que é"real", que foi treinado e equipado assim como os agentes da IMF. E Ethan Hunt e seus companheiros agentes terão que se unir para combater o plano do sindicato que tem como objetivo destruir a IMF.

Já deixando claro, não irei comparar em momento algum com os filmes anteriores. Cada um tem seu objetivo e contexto para trazer uma ação digna a sua narrativa. Missão: Impossível - Nação Secreta já inicia com "adrenalina"acompanhada de tensão e suspense na flor da pele. Haja folego e força do Tom Cruise em não usar dublê em certas cenas do filme. Não é preciso nem dizer sobre a cena do avião, aquilo ali, meu amigo... é simplesmente de tirar o coração pela boca com as próprias mãos. Com certeza, o ator consegue transparecer a sua interpretação ao personagem, mas tem momentos que ele arrisca por demais a própria vida. Mas fora esse momento louco do ator, a cena inicial conseguiu prender-me a trama até o final do desfecho (ouvir a trilha sonora tema e ainda misturar com outros tons de músicas, É EXCELENTE em todos os aspectos).

O roteiro é de uma estrutura muito simples por sinal, não requer muita complexidade para entender o que realmente o protagonista, o antagonista e sub-tramas estão propondo para o público. Claro, que haverá pontos que poderiam ser encurtados e até mesmo enxugados, afinal um filme com 2 horas de duração não é algo que o público de hoje é acostumado de ver na sessão. Há aquele preconceito com filmes muitos longos, mas Missão: Impossível - Nação Secreta valeu cada minuto.

Apesar desse ponto, que não considero negativo ou que possa atrapalhar a trama, a narrativa trabalha muito bem a trama principal e suas histórias secundárias. Até o próprio antagonista passa uma ameaça convincente nos minutos que é citados ou visto na tela. Claro, não é o único antagonista da trama; mas é o principal e que liga com todos os desfechos e principalmente da personagem feminina Ilsa Faust, interpretada por Rebecca Ferguson. E sim, a atriz rouba a cena desse longa além do Tom Cruise. Ela consegue transmitir em poucos minutos quase toda a sua personalidade e também a sua atuação digna, trazendo uma personagem forte, elegante e para os demais: sexy!

Além desses detalhes, o roteiro também trabalha bem a questão de equilibrar e harmonizar o alivio cômico e que todos querem/desejam: AÇÃO o tempo todo. As cenas são sincronizadas e colocadas nos pontos chaves da trama, assim trazendo momentos únicos e com muito suspense. Não vou revelar, afinal você tem que assistir nos cinemas, mas vai ter cenas que vão te deixar com coração na mão, sem folego, tenso ao ponto de segurar a cadeira e sem mencionar a agonia, principalmente trazida pelo protagonista.

A ação não o único ponto forte deste filme, os personagens principais são o cargo chave e trazem com excelência a adrenalina e suspense em volta da trama principal. Com certeza o destaque vai para o ator Tom Cruise, que senti um amadurecimento no seu personagem e sem mencionar a boa forma de ainda conseguir fazer as cenas de ação. Parabéns! Tiro meu chapéu para você. Enquanto aos outros atores como Simon Pegg, Ving Rhames e Jeremy Renner equilibram bem no ponto de base dramática e cômica para o protagonista, assim como Alec Baldwin em participações pequenas; porém essenciais.

Missão: Impossível - Nação Secreta vale cada minuto da sua vida, como uma ótima sessão de ação frenética com visual sensacional e transmitindo bem o universo da história. Consegue ser melhor do que o roteiro de Quarteto Fantástico (risos). Com certeza, uma recomendação nota 10!

Obs: Apesar da ação ser uma escala ótima, ainda não chega aos pés do Mad Max - Estrada da Fúria. Não vou parar de amar este filme. Fato!
Nota  (Ótimo)
Texto Escrito por Ana Marta
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 13 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Mission: Impossible - Rogue Nation (2015)
Duração: 2h 12min.
Roteiro: Christopher McQuarrie, Bruce Geller, Drew Pearce e Will Staples. 
Produção: Tom Cruise, J.J. Abrams, David Ellison, Bryan Burk, Dana Goldberg e Don Granger.
Direção: Christopher McQuarrie.
Elenco: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Ving Rhames, Sean Harris, Simon McBurney e Alec Baldwin.

SINOPSE
Ethan Hunt (Tom Cruise) descobre que o famoso Sindicato é real, e está tentando destruir o IMF. Mas como combater uma nação secreta, tão treinada e equipada quanto eles mesmos? O agente especial tem que contar com toda a ajuda disponível, incluindo de pessoas não muito confiáveis...

Crítica: Wet Hot American Summer - First Day of Camp | 1ª Temporada

$
0
0
Desde seu lançamento, quatorze anos atrás, o filme  Wet Hot American Summer (ou Mais Um Verão Americano, na tradução brasileira) conquistou uma impressionante quantidade de seguidores. Pessoalmente, não sou o maior fã do longa-metragem. Gosto muito de seu estilo único e nonsense de humor (e acredito que esse é o principal motivo para a construção de sua base cult) mas, no final, o filme sofre com o excesso de personagens e subtramas, com um ritmo irregular e um punhado de piadas que não funcionam. Em outras palavras, Wet Hot American Summer  é um comédia divertida e pontualmente bem-sucedida, mas que também é profundamente esquecível e descartável. Por isso, quando a Netflix anunciou que um prequel com oito episódios estava sendo produzido, não fiquei particularmente empolgado. Sim, a ideia de ver o elenco original revisitando aqueles personagens soava interessante (e a Netflix raramente erra em suas produções originais), mas quatro horas de acampamento Firewood talvez fossem o suficiente para intensificar ainda mais os tantos problemas do longa de 2001.

Resolvi assistir ao primeiro episódio de Wet Hot American Summer: First Day of Camp– mesmo sem grandes expectativas –  e em menos de vinte e quatro horas já tinha visto todos os oito episódios (e a ideia de revisitar o filme original era mais tentadora do que nunca). E talvez o que faltava  em Mais Um Verão Americano era mais tempo. Tempo de desenvolver seus personagens, de construir piadas melhores ou de elaborar subtramas mais “completas”. Não que First Day of Camp seja perfeito (está muito longe disso, na verdade), mas representa uma significativa evolução da obra que o originalizou. Na verdade não demorou muito para me acostumar com o humor atípico da série e me familiarizar com seus personagens. 

Para aqueles que nunca assistiram ou nem sabiam de sua existência, Wet Hot American Summer pode ser facilmente descrito como uma paródia/homenagem à clássicos filmes sobre acampamentos feitos no final dos anos 70 e começo dos anos 80 (como Meatballs ou  Sexta-Feira 13).

Usando diversos clichês como base, ambas as produções acompanham os participantes do acampamento durante as situações mais anormais imagináveis. E quando eu digo “anormais” posso estar me referindo ao fato de que um dos personagens se transforma em uma lata de legumes após cair em uma poça de material orgânico radioativo. E é essa identidade cômica que traz as melhores qualidades e os maiores defeitos de First Day of Camp.

Wet Hot American Summer: First Day of Campé uma série profundamente problemática do ponto vista estrutural, um tanto infantil (assim como no longa-metragem algumas piadas simplesmente não funcionam) e que não traz nenhuma inovação para o estado da televisão atual. Mas isso não importa. Pelo menos não para mim. Durante o tempo que passei acompanhando aqueles personagens, raramente parei para analisar detalhes mais técnicos ou para me importar com alguns dos problemas da narrativa. No final das contas, First Day of Camp cumpriu aquilo que me prometeu desde o início: diversão. O ritmo da trama é beneficiado pelo fato de que os oito episódios se passam em apenas um dia, o exagero das atuações é sensacional, a maior parte das gags funcionam perfeitamente bem (não estava esperando rir tanto de piadas tão simples) e as curtas participações especiais de nomes conhecidos são a cereja do bolo (Jon Hamm, Kristen Wiig, Chris Pine e Michael Cera são apenas alguns exemplos), chegando a criar um estimulante e criativo ciclo metalinguístico, com piadas que brincam com suas próprias fraquezas (uma envolvendo o amadurecimento/crescimento de uma das personagens é excepcional), Wet Hot American Summer: First Day of Camp é uma série perfeita para ser vista em uma maratona. 

Afinal, quem não quer esquecer dos problemas sérios da vida por quatro horas, e simplesmente mergulhar em tramas inofensivas e divertidas?  First Day of Camp pode até não ser pra todo mundo, mas o público alvo não pode pedir nada mais insano.
Nota Final ★ ★ ★ ★ (Ótimo)
Texto Escrito por Gabriel Pinheiro
Revisão Textual por Bruna Campos
Lançamento: 2015.
Episódios(s): 8 capítulos.
Elenco: Janeane Garofalo, Paul Rudd, Bradley Cooper, Amy Poehler, Elizabeth Banks, Christopher Meloni, Molly Shannon, Jason Schwartzman, Marguerite Moreau, Michael Showalter, David Hyde Pierce, Ken Marino, Joe Lo Truglio, Judah Friedlander, Chris Pine, Jon Hamm, Kristen Wiig, Michaela Watkins, John Slattery, Josh Charles, Randall Park, Jayma Mays, Lake Bell,Paul Scheer, Rob Huebel e Richard Schiff.
Criador (es): David Wain e Michael Showalter.

Sinopse: Com oito episódios, a minissérie será um prequel do filme homônimo de 2001 - Mais um Verão Americano.  A história se passa três meses antes dos acontecimentos do longa.

Crítica: Entourage: Fama e Amizade (2015)

$
0
0
Filme que resgata a série homônima exibida de 2004 a 2011, Entourage conta a história de quatro amigos que crescem juntos no mercado cinematográfico de Los Angeles após um deles, Vince (Adrian Grenier), estourar e se tornar um astro. A trupe é composta pelo astro já citado, seu irmão que busca crescer no ramo e se escora na fama conquistada do irmão, Johnny Drama (interpretado por Kevin Dillon, o irmão de Matt Dillon), o motorista Turtle (Jerry Ferrara) e o amigo de infância de Vince, Eric (Kevin Connolly).

A trama se inicia quando Vince fica sabendo que seu agente e poderoso produtor Ari Gold (Jeremy Piven) quer voltar à ativa após se aposentar, produzindo um filme, e Vince diz que quer dirigir, o que Ari aceita. Após meses de produção e o filme finalizado, em teoria, Vince se sente inseguro e quer mais dinheiro pra deixar o filme perfeito, então ele e Eric pressionam Ari para conseguir o dinheiro. Ari por outro lado acaba precisando recorrer aos texanos, coisa que ele não quer, mas o faz por acreditar no amigo de longa data. Ari então se reúne com seus financiadores, Larsen McCredle (Billy Bob Thorton) e seu filho Travis (Haley Joel Osment), que só darão o dinheiro se assistirem o filme. E a confusão começa aí.

Comédia num estilo auto-referencial, habitantes de Los Angeles que fazem piadas sobre Los Angeles e seus hábitos, sem humor pejorativo nem humor nojento/sexual. Uma comédia que gira em torno de diálogos bem construídos e personagens humanos, patéticos dentro do nível do aceitável. O roteiro possui um fluxo bom de personagens e aparições de pessoas famosas, porém não utiliza tão bem muitos personagens que introduz, que poderiam adicionar mais à trama e às motivações dos personagens de modo geral, mas isso acaba centralizado demais na trupe de amigos.

As personagens femininas tem pouca força e a que tem mais destaque sem ficar seminua ou nua é a mulher que engravida, e tudo bem, fora a Ronda Rousey que, bem, é a Ronda Rousey. As mulheres são mais motivadoras de problemas que de soluções, isso seria um problema só se o objetivo fosse achar problemas que não são realmente problemas, são mais características de um formato que está se encontrando. Uma comédia que consegue ser hilária sem ser explícita, nojenta ou pejorativa, não ridiculariza nenhum dos personagens e conta uma história merece ser assistida.

Um filme que vai te fazer comprar oito boxes de seriado de uma vez. Recomendado.
Nota  (Bom)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 20 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Entourage (2015)
Duração: 1h 45min.
Roteiro: Doug Ellin e Rob Weiss. 
Produção: Doug Ellin, Mark Wahlberg, Stephen Levinson e Wayne Carmona.
Direção: Doug Ellin.
Elenco: Adrian Grenier, Kevin Connolly, Kevin Dillon, Jerry Ferrara, Jeremy Piven, Billy Bob Thornton, Constance Zimmer e Nora Dunn.

SINOPSE
Vince (Adrian Grenier) é convidado por seu ex-agente, atual poderoso de Hollywood, Ari Gold (Jeremy Piven), para estrelar um filme de seu estúdio. Ele concorda, desde que assuma também a direção do projeto. Um ano depois do início da produção, no entanto, nada parece pronto e os gastos já foram muito além do orçamento aprovado.

Crítica: O Pequeno Príncipe

$
0
0
Pelo título, parece ser uma adaptação direta do clássico de Antoine de Saint-Exupéry, mas ao adentrarmos o filme verificamos não ser exatamente assim. O longa nos apresenta um mundo robotizado (como se sugere pela paisagem urbana vista de cima que se assemelha a uma placa de computador com seus chips) e, mergulhando na paisagem até chegarmos em uma escola, nos apresenta a protagonista da história, uma menina cujo nome nunca descobrimos.

Nenhum dos personagens tem nomes, apenas denominações, “a Menina”, “a Mãe”, assim por diante. A Menina está em um teste para entrar em uma escola importante e sua mãe a preparou para esse teste durante muito tempo, ela porém está tão robotizada pelo que precisa dizer e fazer que perde totalmente a espontaneidade e na hora que a coisa foge do roteiro, ela erra. Falhando no teste, sua mãe decide adotar o plano B, que é algo que vocês descobrirão se assistirem o filme, e o plano B levará todas as férias de verão. A Menina precisa seguir uma programação diária muito rígida para se preparar para esse plano, que permitirá que ela tente entrar na escola novamente, no meio disso ela entra em contato com seu vizinho, o Aviador, um homem de idade que tem um avião velho em seu quintal. Pouco a pouco, a Menina vai se desvencilhando de seu estilo de vida robótico e recupera sua espontaneidade ao entrar em contato com o Aviador e seu amigo, o Pequeno Príncipe. O Aviador se torna um grande amigo para a Menina e o fato de ele já estar velho e com os fim de seus dias se aproximando, torna o relacionamento deles mais forte. A menina não quer que o Aviador vá embora e assim ela tenta achar o Pequeno Príncipe para que ele a ajude.

O roteiro é muito bem construído, utilizando a narrativa da Menina e o Aviador em paralelo com a já conhecida fábula do O Pequeno Príncipe, trazendo as metáforas e lições contidas no livro para um contexto menos fantástico e mais objetivo. O filme diferencia o “presente” do “passado” através de diferentes estilos de animação, utilizando a animação moderna em CGI para o presente e animação em stopmotion para o passado.

Com muitos elementos infantis e um forte convite ao uso da imaginação o filme fala com a criança interior de cada um de nós, convidando-nos a rir das bobagens de ser adulto e refletir sobre a realidade e fatalidade do tempo. O Aviador possui um avião e um carro velhos, ambos metaforizando provavelmente a sua própria estrutura humana, que não funciona mais tão bem quanto deveria. Ele então tenta fazer suas estruturas funcionarem mesmo sabendo que elas não querem funcionar mais e só consegue causar preocupação e problemas para todos ao seu redor. Sua casa porém é a maior, mais bonita, mais colorida e mais calorosa de todas, porque ele não se esqueceu de como ser criança como todos os outros robôs ao seu redor. O filme, apesar do discurso em favor do ser criança e uma certa crítica ao ser adulto não faz apologia ao ser criança, não recrimina o ser adulto, apenas transmite uma mensagem pacífica e sincera sobre a importância de não se perder a espontaneidade e a imaginação de criança.

Possivelmente a melhor animação desse ano. Altamente recomendado.
Nota  (Excelente)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 20 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: The Little Prince (2015)
Duração: 1h 46min.
Roteiro: Bob Persichetti e Antoine de Saint-Exupéry. 
Produção: Mark Osborne.
Direção: Mark Osborne.
Elenco (vozes): Mackenzie Foy, Jeff Bridges, Rachel McAdams, James Franco, Marion Cotillard, Benicio Del Toro, Ricky Gervais e Paul Rudd.

SINOPSE
Uma garota acaba de se mudar com a mãe, uma controladora obsessiva que deseja definir antecipadamente todos os passos da filha para que ela seja aprovada em uma escola conceituada. Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco em sua casa. Curiosa em saber como o objeto parou ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho, um senhor que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteróide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto em plena Terra.

Crítica: Hitman - Agente 47 (2015)

$
0
0
Uma adaptação da famosa série de jogos desenvolvida pela empresa dinamarquesa IO Interactive, o filme conta a história de seu famoso protagonista, o Agente 47 (Rupert Friend), enquanto ele tenta impedir que a Sindicate, uma empresa criminosa, descubra como criar mais agentes assassinos iguais a ele. Para tal a Sindicate precisa encontrar um dos cientistas-chefe do projeto, Litvenko (Ciarán Hinds), um cientista russo, vejam vocês, que novidade. Litvenko no entanto desapareceu sem deixar traços após ele próprio destruir o laboratório onde seu projeto estava acontecendo, pois viu o terrível erro que era aquele experimento, e deixou sua filha para trás, sendo ela a única forma de encontrá-lo. A filha, Katia Von Dees (Hannah Ware), que diga-se de passagem é linda, foi geneticamente alterada por seu pai e possui habilidades superiores, que são parte de um segredo interessante do filme.

47 possui a missão de impedir que Litvenko seja encontrado e para isso lhe foram designados dois alvos, após acabar com esses alvos, o experimento jamais poderá ser reiniciado. A Sindicate precisa impedir que 47 seja bem sucedido em sua missão e para isso envia atrás de Katia um dos seus, John Smith (Zachary Quinto), uma espécie de Agente especial modificado mas inferior aos agentes do programa original. O homem por trás do retorno do programa de criação de agentes é o presidente da Sindicate, Antoine Le Clerq (Thomas Kretschmann), que apostou toda sua fortuna no sucesso desse projeto e fará de tudo para que seja reativado.
   
Para quem assistiu Hitman (2007) a sensação é de que eles reciclaram o roteiro e deixaram a violência apropriada para pré-adolescentes, já que se trata de uma série de jogos de videogame. Existem algumas melhorias. A primeira é o fato de a mulher a ser resgatada, Katia, não ser necessariamente uma donzela em perigo, que está ali apenas pra ser bonita e tropeçar sempre que tiver que correr mais que trinta centímetros de distância.

Outra melhoria é que eles exploram bem o passado de 47 e o humanizam mais sem fugir para o romantismo e buscam uma questão mais familiar, que é mais relevante. Entretanto existem algumas coisas onde o filme tenta acertar mais erra. As cenas de ação são muito bem executadas mas as lutas são meio sem sal porque como se trata de um produto para atender um público infanto-juvenil em sua maioria não tem aquela “violência masculina” que os mais velhinhos apreciam tanto. A graça de alguém levar um tiro é ter aquela cena onde alguém enfia alguma coisa queimando dentro da ferida pra tirar a bala e depois costura. É aí que está a testosterona, entendem? A gordurinha do bacon. Não tem isso. Eles fazem uma coreografia de luta que lembra bastante as lutas de filmes de espião britânicos, que são charmosas, homens de terno lutando, quebrando ossos e sem muita bagunça pra não sujar o terno Armani, mas não convence. Uma luta pra ser britânica tem que durar poucos segundos, os caras saem batendo nas paredes, caindo no concreto, e não rasga a roupa, não bagunça o cabelo, não sai sangue, é fake demais. Enche de zoom nas lutas e de cortes super rápidos que mantém um ritmo frenético de fato, mas você não entende o que está acontecendo e isso desanima bastante.

Os diálogos são legais, bem escritos, os personagens são sólidos e nos conquistam. As resoluções que o roteiro força algumas vezes deixam a desejar, a maneira como os personagens descobrem as coisas, onde Fulano vai estar, olhando pra um mapa que não tem nada escrito, é preguiçosa. Esse era o tipo de coisa que faria o espectador sentir que está em um filme de espião de fato, se sentir como um espião, mas o espião meio que descobre as coisas como se a plateia estivesse gritando pra ele “Fulano tá em tal lugar”. Isso tira a força do roteiro. Apesar disso o filme possui bons momentos, mesmo que esses momentos não sejam momentos de ação.

Esse filme, pra este crítico, só possui uma relevância para ter sido feito se ele for introduzir um personagem novo na série de jogos, que aqueles que assistirem vão saber qual é. Fora isso é um filme bem ruim.
Nota  (Regular)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 27 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Hitman: Agent 47 (2015)
Duração: 1h 25min.
Roteiro: Michael Finch e Skip Woods. 
Produção: Skip Woods.
Direção: Aleksander Bach.
Elenco: Rupert Friend, Hannah Ware, Zachary Quinto, Ciarán Hinds, Thomas Kretschmann e Angelababy.

SINOPSE
Agente 47 (Rupert Friend) é um assassino de elite geneticamente modificado criado para ser a máquina de matar perfeita. Agora, ele precisa caçar uma mega operação que pretende usar o segredo de sua criação para a formação de um exército imbátivel. Ao juntar forças com uma misteriosa jovem, que pode ser o diferencial para o sucesso desta missão, ele vai descobrir segredos de sua origem em uma batlha épica contra sue maior inimigo.

Crítica #002: Ted 2 (2015)

$
0
0
A continuação da saga nada convencional do ursinho Ted (dublado por Seth MacFarlane) inicia com o casamento do mesmo, pontuando um momento de mudança, maturidade e entrada plena na vida adulta responsável... só que não. Ted e sua esposa, Tammy-Lynn (Jessica Barth) brigam constantemente após um ano de casados e decidem ter um filho. Por Ted não ter condições de fazer seu papel nesse departamento, ele e seu melhor amigo Johnny (Mark Wahlberg) correm atrás de resolver esse problema, no fim sendo um esforço inútil pois Tammy-Lynn é infértil. Eles decidem adotar, e aí a história de verdade começa. Ted entra na mira do governo dos Estados Unidos e é punido por isso, resolve então buscar reparação legal e conhece a advogada júnior, Samantha Jackson (Amanda Seyfried) que assume a missão de ajudar Ted em sua busca.

John se divorciou e está sem interesse em se relacionar, mas para Ted, o amigo e Samantha são perfeitos um para o outro, ele resolve bancar o cupido então. A ação contra o governo falha pois o advogado de defesa, Shep Wild (John Slattery), é bom demais e Sam resolve recorrer a um grande advogado para o lado deles, Patrick Meighan (Morgan Freeman). No meio de tudo isso Ted e os outros não sabem que o antigo inimigo de Ted, Donny (Giovanni Ribisi), está no encalço dele. Depois de muita coisa acontecer o caso vai a julgamento novamente e... assistam o filme. 

MacFarlaneé notório, isso desde que fazia apenas suas animações de Uma Família da Pesada, por ter um pé no grotesco e outro pé no sublime. Quero dizer, tudo que ele faz possui uma pitada de amor pelo grande cinema, pelos grandes clássicos, e uma pitada de amor pelo humor independente, mais nada politicamente correto.

A diferença de tom entre o primeiro filme do ursinho e esse é bastante perceptível, e ao invés de o personagem Ted evoluir entre um filme e outro o que evolui é o tom de comédia entre os filmes, ficando bem mais suave e menos ofensivo. A cena de abertura do filme que presta uma homenagem aos musicais megalomaníacos de Busby Berkeley, com gigantescas locações e dezenas de dançarinos que criam formas e paisagens, parecendo notas musicais dançando sobre uma partitura musical feita de diamantes. Essa cena inclusive é assim para metaforizar o momento interior de Ted, que acabou de se casar e está no “dia mais feliz de sua vida”, coisa que a cena seguinte ironiza muito bem. O humor do filme ainda tem uma pegada infantil e besta só que o tom é bem mais suave de maneira que não ofende gratuitamente.

O filme se pauta mais em referências a clássicos e em presenças de grandes astros que suavizam a acidez que surge nos diálogos de tempos em tempos. É uma comédia de sátira meio bagunçada, porque começa comédia com tons de sátira, depois vira filme de advogado, depois vira roadmovie, depois vira filme de ação, depois vira drama, e volta pra comédia. O roteiro tem umas forçadas de barra, algumas coisas ficam muito coincidentes e as motivações de personagem se criam em cima de coisas meio sem sentido. A referência mais legal do filme é a que se faz a Pinóquio, pelo fato que Ted perde sua humanidade e Sam, a gatinha loira de olhos azuis, é a encarregada de restaurá-la, como uma fada azul.

Uma comédia sensacional, apesar dos errinhos de roteiro, extremamente recomendada para cinéfilos.
Nota  (Bom)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 27 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Ted 2 (2015)
Duração: 1h 55min.
Roteiro: Seth MacFarlane, Alec Sulkin e Wellesley Wild. 
Produção: Scott Stuber, Seth MacFarlane, Jason Clark, Alec Sulkin e Wellesley Wild.
Direção: Seth MacFarlane.
Elenco: Mark Wahlberg, Amanda Seyfried, Jessica Barth, Giovanni Ribisi, Morgan Freeman, Sam J. Jones, Patrick Warburton e Michael Dorn.

SINOPSE
Desta vez, o urso de pelúcia Ted (voz de Seth MacFarlane) está namorando com Tami-Lynn (Jessica Barth), e o casal pretende ter um bebê. No entanto, para terem direito à inseminação artificial, Ted deverá provar na justiça que é um ser humano. Ele conta com a ajuda da jovem advogada Samantha (Amanda Seyfried) e do grande amigo John (Mark Wahlberg).

Crítica: Mulheres no Poder (2015)

$
0
0
Pelo título do filme já é possível ter um bom resumo do que ele carrega, com uma ousada proposta e ao mesmo tempo uma honesta leitura.

O longa abre e se estabelece em seu palco principal, também palco principal do país, o Congresso Nacional. Na primeira cena se pontua bem a pegada humorística pelo lado mais intelectual do humor, sarcástico e referencial, deixando os mais acostumados ao humor de jargão e piada pronta a ver navios. Apresenta-se então a senadora Maria Pilar (Dira Paes) que acabou de entrar nesse mundo da política após vencer as eleições no seu estado e agora busca mostrar que sabe ser política. O nome da protagonista possui uma forte simbologia, ”Maria”é um nome forte por si só, tanto pelas tantas mulheres fortes que o carregam quanto pela significância no catolicismo, e “Pilar“ que reforça sua estrutura resiliente de mulher forte. Pilar leva seu dia à dia ao lado de seu fiel motorista George (João Velho) e sua acessora Laila (Gabrielle Lopez), que atendem a suas ordens independente de quais sejam. Pilar, em sua jornada para atingir seus objetivos políticos, encontra uma mentora, a ministra Ivone (Stella Miranda), que nas aparências é uma mentora e por baixo dos panos é uma rival a ser derrotada. Ivone possui uma acessoria já experiente, Madalena (Milena Contrucci Jamel), mas que vai tentar atrapalhar Pilar e Laila em suas empreitadas. Ao descobrir que um conhecido de Laila, Stefan (Tiago Tiefenthaler), possui uma informação crucial para uma negociação, Pilar manda a mesma até ele. Ambos se revelam ser um pouco mais que apenas conhecidos. No fim tudo se junta e se mistura e intenções se revelam, as cartas são mostradas e os acordos se definem.

O gênero, como já comentado, está mais para uma comédia “intelectual” do que para uma comédia mais “clássica” que o brasileiro normalmente está acostumado. Corre então o risco de algumas pessoas não acharem o filme uma comédia comparado a outros filmes do gênero. Este filme possui sim os elementos de uma comédia clássica porém esses mesmos são mais sutis, mais suavizados, a comédia física e até uma certa nudez cômica. A força do filme está nos atores, no diálogo, nas interações entre eles, ou seja, é um filme mais teatral. Não possui uma subjetividade criada através da imagem, um pensamento invisível expressado através de metáforas imagéticas e etc. Esse filme poderia perfeitamente ser uma peça de teatro, perfeitamente, e isso não tira o mérito do roteiro enquanto ferramenta de cinema.

O filme não perde por ser teatral, ainda vale o ingresso, só não vale enquanto uma experiência cinematográfica, não é agregado nada à proposta por estar no cinema, e deveria. As atuações são maravilhosas e aí é possível ver muitas coisas que remetem a referências cinematográficas. É possível se ver entre Ivone e Pilar uma relação de mentora e aprendiz onde elas ensinam e aprendem uma com a outra, numa pegada semelhante a filmes como Wallstreet (1987) e Sem limites (2011). A relação entre personagens que este crítico gostou mais foi a relação entre Stefan e Laila, que mergulha nos filmes antigos, Stefan entrando no arquétipo do herói decadente com grandes ambições e pouco sucesso e Laila entra no arquétipo de mulher fatal, que envolve a todos com seu carisma sedutor e dá o bote quando menos esperam. A comédia mais forte e que vai agradar mais reside na interação entre Pilar e George, sendo George o personagem mais cômico de todos.

Uma grande comédia, corajosa, que nos convida a rir com inteligência e ótimos personagens, ou ótimas personagens. Recomendadíssima.
Nota  (Ótimo)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 27 de Agosto de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Mulheres no Poder (2015)
Duração: --
Roteiro: Gustavo Acioli. 
Produção: --.
Direção: Gustavo Acioli.
Elenco: Dira Paes, Stella Miranda, Milena Contrucci Jamel, Elisa Lucinda e Paulo Tiefenthaler.

SINOPSE
Senadora corrupta, Maria Pilar (Dira Paes) vê uma grande oportunidade de ganhos na licitação do projeto Brasil Brasileiro. Após entrar em contato com a ministra Ivone Feitosa (Stella Miranda) em busca de maiores informações, Maria é orientada a conversar com a secretária-executiva do ministério, Madalena (Milena Contrucci Jamel), para acertar uma armação. Mal sabe ela, porém, que Madalena tem seu próprio plano para se dar bem sozinha...

Crítica: Ricki and The Flash - De Volta pra Casa (2015)

$
0
0
O nome dessa banda nos sugere que o membro principal da mesma possivelmente é um homem, Ricki, e uma verdade triste reside nisso. Se o nome da banda fosse Linda and The Flash, existe muita chance de só por isso, grande parte das pessoas que souberem da banda perderem o interesse na mesma. É uma pena, pois Ricki é interpretada por ninguém menos que Meryl Streep. A banda faz a noite de um singelo bar da Califórnia, como verdadeiros rockstars, amados e celebrados, como uma família.

Ricki no entanto possui um passado, uma família que abandonou para poder viver esse seu sonho pessoal plenamente e agora a família a chama para retornar, precisam dela, enquanto mãe. Sua filha Julie (Mamie Gummer) está totalmente arrasada após ser abandonada pelo marido, experiência que pode ter sido agravada pelo fato de ela ter sido abandonada pela própria mãe enquanto criança. Ricki fora chamada pelo ex-marido Pete (Kevin Kline), desesperado e sem opções, depois que a Julie tentou se suicidar. A presença de Ricki preenche esse vazio primordial de abandono e ameniza o abandono do marido de Julie, Max, ou seja, Julie não é o problema, as pessoas não se afastam dela por causa dela. Ricki consegue se comunicar com a filha, que nunca deixou de amar a mãe, só não a entende, e elas e Pete conseguem ter bons momentos juntos. Entretanto quando a esposa de Pete, Maureen (Audra McDonald), volta de viagem Ricki sente novamente todo o ressentimento que a fez se afastar por perseguir seu sonho. Ela descobre na sua estadia em Indianápolis (onde sua família vive) que seus outros dois filhos, Josh (Sebastian Stan) e Adam (Nick Westrate), também mudaram bastante. Adam é homossexual e ressente muito sua mãe, possivelmente por não ter tido o apoio dela durante essa fase de auto-descoberta. Josh está noivo mas não pretendia convidar Ricki para o casamento, não porque não gostaria mas porque quando Julie se casou e a convidou, ela não foi. Ricki não recebe muito bem as críticas a respeito de suas ações, sente-se incomodada e só consegue pensar que ninguém respeita a escolha que ela fez e todos a odeiam. Maureen se sente mal pela maneira como as duas conversaram sobre o passado, conversa que acabou virando briga, e convida Ricki para o casamento de Josh. O resto vai saber quem assistir.

Diablo Cody, a roteirista, possui uma preferência por personagens femininas e que possuem uma provável relação de semelhança com a própria escritora em algum nível. Tanto Juno (2007) quanto Jovens Adultos (2011) também abordam protagonistas femininas que se encontram à deriva nessa estrada do sucesso da vida. É engraçado observar também que as protagonistas envelhecem em seus filmes de uma maneira cronológica, a adolescente em Juno, uma mulher mais madura em Garota Infernal (2009), uma mulher adulta em Jovens Adultos e por fim uma mulher madura em Ricki and The Flash.

Seus filmes geralmente fazem comentários acerca da situação das personagens, e do fato que existe uma diferença grande por acontecer com uma mulher, coisa que se fosse com um homem teria um outro tratamento. O roteiro é muito bem amarrado, apresentando motivações realistas para cada personagem, para cada diálogo, cada ação. Consegue criar ótimos momentos de comédia, de tensão, de emoção, tornando a experiência do filme um prato cheio. O gênero é drama, e não se perde do drama em momento algum, mesmo nos momentos de comédia, o tom se mantém sóbrio, real, e nos momentos de emoção não vira aquele dramalhão horroroso. Possui uma bela reflexão sobre os sonhos, o abandono, o perdão, o amor, o fato que as coisas nunca se perdem por completo, nada é definitivo, sempre há esperança.

Um filme poderoso e sensível. Vale o ingresso.
Nota  (Excelente)
Texto Escrito por Lucas Simões
Revisão de Texto por Kamila Wozniak
Lançamento 03 de Setembro de 2015
FICHA TÉCNICA
Nome Original: Ricki and the Flash (2015)
Duração: 1h 42min.
Roteiro: Diablo Cody. 
Produção: Marc Platt (II), Diablo Cody, Gary Goetzman, Adam Siegel e Lorene Scafaria.
Direção: Jonathan Demme.
Elenco: Meryl Streep, Kevin Kline, Mamie Gummer, Sebastian Stan, Rick Springfield, Audra McDonald, Ben Platt e Charlotte Rae.

SINOPSE
Com mais de 50 anos de idade, Ricki (Meryl Streep) é uma cantora de rock, que sempre se apresenta com a banda The Flash em um pequeno bar. A situação financeira é precária, e ela não vê os filhos adultos há décadas. Um dia, o ex-marido Pete (Kevin Kline) liga para Ricki, avisando que a filha Julie (Mamie Gummer) foi abandonada pelo marido, e pedindo ajuda para tirá-la de um estado depressivo. Reticente, a mãe retorna ao lar, e descobre que tanto Julie quanto seus dois irmãos têm muito ressentimento por causa do abandono quando eram crianças. Essa é a oportunidade para Ricki fazer as pazes e tentar ser mais presente na vida deles.
Viewing all 89 articles
Browse latest View live